novembro 03, 2005

1. Verdes Anos, por Fausta Paixão

Correspondi ao mote lançado pelo Divas & Contrabaixos.
Aqui deixo uma queixa em versos de rima pobre.

Queixo-me dos homens, claro!

Escolhi esta foto e inspirei-me nela para aqui deixar uma lágrima que exprime as minhas múltiplas tristezas.

Tine Drephal

Encontrei o Amor nos verdes anos
Pedi à vida apenas felicidade
A lua não pedi, só a verdade
Mas sem a triste mágoa dos enganos;

Busquei e rebusquei pelas estradas
As sombras de desejo ou da emoção
Cansei-me nos caminhos da ilusão
Até que as mãos cederam já cansadas;

Na vida o que fiz foi perdoar
Esqueci-me de mim própria em cada dia
Gastei-me muito mais do que podia
Acusada de não saber amar

Longe de ti perturba-me o passado
Desdobram-se as mortalhas da tristeza
Sou viúva algemada e ainda presa
À fantasia de um tempo encantado;

Atrás de mim ainda há portas abertas
Há olhos, risos, sonhos e há beijos
Há recordações tristes de desejos
De anseios reprimidos, horas incertas

Perto de ti estaria, mas é tarde
Os teus olhos estão frios como as espadas
As tuas mãos agora estão geladas
Não sei se em nós alguma coisa arde;

À vida, mesmo assim quero voltar
Nas mãos levarei flores escondendo os prantos
Descalça, sobre o verde dos encantos
Eu voltarei, mais uma vez a Amar!

F.P.