novembro 04, 2005

7. Maré, por Amanda

mrf


São teus braços que me envolvem

Em suaves ternuras de brandura

E os beijos ternos que revolvem

Qualquer gesto ou pormenor de doçura


São teus olhos que me enchem

E encharcam de tanto bem-querer

Teus olhares que me preenchem

Até ao mais ínfimo do meu ser


São as palavras que não ousas dizer

Que tuas mãos emanam em meu corpo

Em carícias que jamais ficarão por fazer

Deixando qualquer um de nós torpe


São os sussurros que o mar te roubou

E fez deles a sua delicada melodia

Com sedução e leveza nos contemplou

Não me canso de tal sonido noite e dia


São a areia que nesta praia piso

Deixando meus pés deliciarem-se em sua admirável textura

E a água que fria me aquece

Salgada me retempera

Pela qual me deixo suave e docemente navegar


São este vaivém de admiráveis sensações

Prisioneira de todos os sentidos

Cheiro a maresia das tuas palavras

Oiço o balançar dos teus gestos

Saboreio o sal de tua voz

Arrepio-me com a temperatura do teu abraço


Tanto… tanto… que dois… podem ser um só


E muito não é assim tanto

Demais será sempre pouco

Demasiado vira escasso

Perante tamanha e admirável maré…


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