7. Maré, por Amanda
São teus braços que me envolvem
Em suaves ternuras de brandura
E os beijos ternos que revolvem
Qualquer gesto ou pormenor de doçura
São teus olhos que me enchem
E encharcam de tanto bem-querer
Teus olhares que me preenchem
Até ao mais ínfimo do meu ser
São as palavras que não ousas dizer
Que tuas mãos emanam em meu corpo
Em carícias que jamais ficarão por fazer
Deixando qualquer um de nós torpe
São os sussurros que o mar te roubou
E fez deles a sua delicada melodia
Com sedução e leveza nos contemplou
Não me canso de tal sonido noite e dia
São a areia que nesta praia piso
Deixando meus pés deliciarem-se em sua admirável textura
E a água que fria me aquece
Salgada me retempera
Pela qual me deixo suave e docemente navegar
São este vaivém de admiráveis sensações
Prisioneira de todos os sentidos
Cheiro a maresia das tuas palavras
Oiço o balançar dos teus gestos
Saboreio o sal de tua voz
Arrepio-me com a temperatura do teu abraço
Tanto… tanto… que dois… podem ser um só
E muito não é assim tanto
Demais será sempre pouco
Demasiado vira escasso
Perante tamanha e admirável maré…
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