novembro 07, 2005

32. Esperança, por A. Bandeira Cardoso

Tine Drephal


A esperança é o sonho de braços abertos,
Finjo que já não creio e continuo à espera
É surdez que ainda ouve os teus passos certos
Nos sós caminhos em que a ilusão se esmera

A esperança são sonhos mantidos despertos
Resultados crentes pela via da quimera
Ideais longínquos e tantas vezes desertos,
Onde já só resta um oásis de primavera…

Eis-me em sonhos fechados de braços em par
Abertos na crença que, feita onda, és mar
Onde navego na rota em que inda te espero

Isto é que é a Esperança, é um cabo de mar...
Onde nem o sonho de que sempre te quero
Crê, nos remos contra tal vento severo…


Dameuntango