novembro 08, 2005

46. A consciência, a vida, o amor, eu e tu, por VCRC

mrf (maré)


(consciência.... consciência....)
Desculpa o amor por ele ser assim tão cruel, tão bonito..
Perdoa-Lhe por trazer sorrisos e odiar tantas vezes...
Pega-Lhe na mão e encontra nele as forças para não chorares,
Aconselha-te não com as lágrimas mas com o sorriso e com as preces.

(tu.. a ti e a mim....)
Hoje escorregaram-me pelas mãos os sonhos.. ...
Virei as costas e só de um lado continuou a crescer...
As esperanças que ontem me dominavam são hoje
As vísceras podres de quem não quer respirar e viver...

(a vida.. hoje é simplesmente a vida...)
A areia que peguei era fina.. fina demais em acreditar..
Enterro os pés na areia e nela faço por ficar..
O que queria esquecer faz o sol questão de me fazer lembrar..
Tudo numa vida singela, audaz, que em tudo vou querer enterrar..
O mar que me acalma é hoje travesso e arisco..
Rebanho de revolta na curva intensa de um logo risco..

A Luz galgou a ponte e dela nada restou..
Até a embarcação de vidro que ali jazia, este mar fez questão de tentar levar
e levou...

Que sentimentos restam depois de uma maré alta?
Pergunto ao vento que desconfiado me olha de lado..
A resposta é um silêncio que me faz questionar sobre o que existe...
Que existiu... e sobre o que estava destinado..

(O fim... o amanhã e o futuro...)
Rogo pragas a quem de direito não o devo fazer...
Resta-me passear na praia e enterrar na areia os meus pensamentos
Nada mudará no amanhã e do futuro nada soube nada saberei..
Ontem sorriria à vida e hoje nada aprendo com o nada que sei..
A linha do horizonte que à minha frente gela,
conta às conchas acerca do amanhã que não está seguro..
Nada adivinha nos passos que dou e faz-me pegar na areia, soprar e pedir ao mar uma vontade para o meu futuro..

(o amor.....)
Passaste por tanto e esse tanto parece para outros tão vazio
Amanhã sorrirás com o que virá não com que foi sombrio..
Desculpa-me por te tocar na ferida e adormecer os teus sonhos de menina
Aprende com o conselho do mar e aceita o ser daquilo que a ti se destina! ...

VCRC