novembro 09, 2005

54. Corpo, por Finurias


Theo Jennissen


Só com o olhar te despi
Só com um dedo te senti
Nesse teu corpo exausto
Essa falsa beleza, em que eu não vi
mais, do que os teus medos e vícios !
Possesso agora fico, desse teu corpo sofrido,
És o desencanto
És o desespero
Abres as pernas
Gemes de gozo...
Gritas de raiva
Umas vezes violada
Outras...talvez amada
És tudo...e nada !
Puta...
Drogada...
Mas ainda és Mulher !
Vida malvada a tua
pobre de ti desgraçada,
Dói-te o vazio
Dói-te a miséria
Vagueias nas sombras...perdida
Em ruelas, becos , esquinas
Te vendes por um punhado de nada
Desses cabrões que te tomam
Como se fosses apenas um corpo...
mais nada !
Despejam o ódio em ti, crucificam-te em vida
Já nada sentes...falo por ti !
Ah ! Escumalha danada !
E agora teu corpo jaz,
numa cama de lama...
Puta de vida malvada !

Finúrias