novembro 08, 2005

47. Prazer, por VCRC

Keith Nicolson


Desejo áspero que embrulhas os meus olhos
e corres por entre desejo e prazer,
cerras nos punhos da vida eterna
e vestes de alma quem tentas satisfazer.
Imagino nos lençois da longa noite
olhares que se cruzam com um pedido,
almas necessitadas que se entregam
e triunfam no final com um gemido.

A ti te desejo oh inferno vadio
que enfeitiçaste o meu desejo carnal,
cada desejo é um abismo claro, no qual me enfio
e em cada tremor um erro criado e vital.
Imaginação onde me levas e pensamento onde vais?
Liquido que me brota das veias sem mais estancar,
Sentido na boca como o calor dos campos
e no coração com imagem de sangue a fervilhar..

Tu que me tentas, me provocas e constrois
Tu que me massacras no pensamento volante.
Começas quando tudo um dia acaba e
acreditas no sentir como algo encorajante.

Sai desejo que me corrois, que me atrais,
Deixa-me só com os punhos e lençois do meu pesar...
inferno tranquilo que mostras à carne como ser
e às ideias a forma de recomeçar...


VCRC