novembro 04, 2005

Do Epamimondas (contributo fora de concurso)

Dedico estes poemas aos senhores Alfredo Farinha e Walter Benjamin
[insónia/amónia/poesia tradicional da parvónia ]

(era isto ou valium
e acabou-se o valium)

insinuar o abismo
usando o avião
é coisa de quem tem
fraca imaginação

assim também o fantasma
ao chamar-lha pesonagem
nostra uma cabeça aberta
por onde passa a aragem

e dizer de uma sombra
que é assim simplismente
boneca de porcelana
fingindo-se inteligente

dar a reconhecer
imagens que se querem pessoais
serva aos pós-modernistas
não serve para nada mais

a camioneta na bararca
o teatro do absurdo
são palavras a mais
todas em lingua de surdo

meridiano reminescente
fantasma amalgamado
um kafka inconsequente
um borges avinagrado

escritas de pé e à pressa
minhas quadras elitistas
algumas coitadas nem rimam
outras de esguelha por cima

quando a morte me vier buscar
não traga flores nem bonbons
traga antes molho d'alho
p'ró bife com champignons

eia!

um homem analítico assassino
um sensível e suicida
casam em comunhão de bens
até que os separe a vida

camões olha a helena
que vai fugir com a lídia
dá a mãozinha ao reis
façam-se os dois à vida

novas tendência da moda
os gajos sabem-na toda
a minha cabeça anda à roda
o homem da pistola dourada


ANALIZE THIS

[ditados da insónia]

estou tão longe
da mão com que escrevo
que quase creio na revolução surrealista
ainda com menos vermelho
que o período rosa de picasso
(anemia certamente)

tenho um prato com a cara do papa
comprei numa loja chinesa
tem luzes de várias cores
tamanho de sobremesa

sou o rimbaud do moliço

o fim do mundo em dois episódios!

a esquizo e a frenia
foram as duas passear
para a ponte do tédio
não sou eu nem sou o outro

é a priori ou coço-me (kanto-me)?

POAZIA PRAPULAR


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