abril 08, 2006

a quente


eugenio recuenco

Abraso, vermelha de sangue e raiva.
Escrevo a quente como se malhasse em ferro à boca do fole.

Mas, a palavra martelada já não molda, como gostaria, os dias que vou andando.
Não, não é prudente pensar a quente, falar a quente, escrever a quente.
Eu sei.
Fervilham as emoções, estoira o ódio, ressoam os gritos.
Escrever a quente é malhar em ferro frio...
Parece que dobra a preceito...
... e, de repente,
quebra sem jeito...

anna