10. Xadrez, por Mushu
Sentou-se, cansado de tanto debitar letras naquela folha de papel. Desta vez letras ao acaso, sem nexo. Escreveu-as na leve esperança de que um dia tomassem vida, se organizassem e formassem algo com sentido.
Adormeceu.
Entrou pela porta de vidro que dava para o jardim, correu ao quarto para buscar as peças de xadrez, tencionando com elas jogar nos ladrilhos da entrada como era habitual.
- Mãeeeeeeee! Onde está o cavalo?
- O do xadrez? Vi-o passar aqui há pouco. Acho que foi para a rua.
Correu porta fora com o saco cheio das restantes peças do jogo.
"É sempre a mesma coisa! A mãe deixa-o sempre fugir. E agora como vou jogar sem cavalo?" Lá fora esperavam-no aquelas árvores que sempre o assustaram. Ainda bem que não havia vento. O vento a passar por entre os ramos sempre o tinha feito tremer. Pareciam-lhe as vozes dos fantasmas que a sua avó tantas vezes lhe falara. Sabia que andavam por ali e não queria arriscar encontrar-se com algum. Dirigiu-se rapidamente para o sítio preferido do seu cavalo. Era sempre a mesma coisa: cada vez que queria jogar xadrez nos ladrilhos da entrada o cavalo branco fugia e ia sempre para o mesmo sítio.
Lá estava ele, escondido debaixo das raízes enormes de uma velha árvore que espreitavam por fora da terra como que a gritar para dizer que ainda sobreviviam.
Acordou.
Olhou para a folha de papel, meia hora antes com letras ao acaso e que agora tinham dado as mãos para formar o início da história. Pegou na caneta e continuou com um sorriso nos lábios.
Mushu, do blog Ao sabor do Vento
Adormeceu.
Entrou pela porta de vidro que dava para o jardim, correu ao quarto para buscar as peças de xadrez, tencionando com elas jogar nos ladrilhos da entrada como era habitual.
- Mãeeeeeeee! Onde está o cavalo?
- O do xadrez? Vi-o passar aqui há pouco. Acho que foi para a rua.
Correu porta fora com o saco cheio das restantes peças do jogo.
"É sempre a mesma coisa! A mãe deixa-o sempre fugir. E agora como vou jogar sem cavalo?" Lá fora esperavam-no aquelas árvores que sempre o assustaram. Ainda bem que não havia vento. O vento a passar por entre os ramos sempre o tinha feito tremer. Pareciam-lhe as vozes dos fantasmas que a sua avó tantas vezes lhe falara. Sabia que andavam por ali e não queria arriscar encontrar-se com algum. Dirigiu-se rapidamente para o sítio preferido do seu cavalo. Era sempre a mesma coisa: cada vez que queria jogar xadrez nos ladrilhos da entrada o cavalo branco fugia e ia sempre para o mesmo sítio.
Lá estava ele, escondido debaixo das raízes enormes de uma velha árvore que espreitavam por fora da terra como que a gritar para dizer que ainda sobreviviam.
Acordou.
Olhou para a folha de papel, meia hora antes com letras ao acaso e que agora tinham dado as mãos para formar o início da história. Pegou na caneta e continuou com um sorriso nos lábios.
Mushu, do blog Ao sabor do Vento
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