11. O Escritor Famoso... e Helena, de um escritor anónimo
Era Primavera.
Lembro-me da brisa suave que fazia o teu cabelo voar e pousar na minha boca. Não ousava retirar esse pedaço de ti de mim e lançava-te então um sorriso de Eros. Tu viraste-te e nos teus olhos eu vi toda a melancolia desses tempos de criança...
Lembro-me das fragâncias que me atacavam... Eram rosas, malmequeres, amores-perfeitos, papoilas, violetas, jasmim...
Não sei se vinham de ti, do teu cabelo, da tua pele ou se vinham da natureza que nos rodeava e que nos abraçava enquanto baloiçávamos...
Esses aromas e essa brisa voltei a sentir hoje, Helena. Passados estes anos, voltei a sentir o teu cabelo na minha boca, voltei a ouvir aqueles gritinhos que soltavas sempre que empurrava o baloiço com um pouco mais de força, voltei a sentir as tuas mãos nas minhas, voltei a cheirar esse perfume que, hoje sei, emanava do teu corpo...
Juntos, Helena, escrevemos uma canção de Maio...
De um escritor anónimo
The May Song
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